Glossário de Câmbio
Entenda os principais termos do mercado cambial
Reunimos os principais termos e conceitos do mercado de câmbio para ajudar você a entender melhor este universo. Este glossário é uma ferramenta valiosa para profissionais que desejam aprofundar seus conhecimentos.
Nenhum resultado encontrado
Tente uma busca diferente ou explore os termos pelo índice lateral.
ACC/ACE (Adiantamento sobre Contrato de Câmbio e Sobre Cambiais Entregues)
O ACC é uma operação de crédito em que um exportador adianta junto a um banco nacional recebíveis de exportação futuras. Funciona como uma antecipação de recebíveis, no qual o credor tem (ou terá) valores a receber referente a vendas efetuadas para o exterior (exportação).
O adiantamento é feito em moeda nacional, com uma taxa de câmbio acordada no momento do adiantamento. Dessa forma, a operação envolve uma ponta de crédito (pelo adiantamento dos recursos, a Instituição Financeira cobra uma taxa de juros sobre o valor adiantado, que em geral é cobrada pela taxa Ptax de venda do dia anterior ao vencimento). Junto à Instituição Financeira que aprovou o crédito e realizou o adiantamento dos recursos, será necessário realizar o fechamento do câmbio para saber quantos reais serão recebidos pelo exportador.
O ACC funciona como um hedge natural para recebíveis futuros de exportação, uma vez que já se trava em reais hoje um recebível em moeda estrangeira com recebimento no futuro. Corre-se o risco sobre a variação cambial apenas dos juros, para o qual pode ser feito um hedge cambial caso o tomador deseje.
O ACC conta com algumas vantagens para o tomador do crédito, como ausência de IOF câmbio e crédito. Para os bancos, tem vantagens creditícias frente a outros instrumentos de crédito, uma vez que este é extraconcursal (fica fora da fila de recuperação judicial).
Semelhante ao ACC, o ACE também é uma antecipação de recebíveis de exportação, mas neste último as mercadorias já foram embarcadas (financia-se o prazo entre o recebimento da mercadoria no exterior e o pagamento pela contraparte estrangeira). O ACE tem um risco de crédito menor (e por consequência uma taxa de juros menor) entretanto o prazo do financiamento é mais curto (uma vez que não se financia o processo produtivo até o embarque e recebimento da mercadoria no exterior).
A liquidação do ACC e do ACE, no vencimento da operação, é a partir do recebimento da moeda estrangeira do pagamento realizado pelo importador. Por contar com benefícios fiscais, é necessário que seja comprovado que os recursos em moeda estrangeira são efetivamente provenientes de exportação (apresentar a documentação chamada de DUE e demonstrar que o recebimento veio da contraparte identificada neste documento).
Ajuste diário de Derivativos
O ajuste diário é um mecanismo financeiro fundamental que ocorre em contratos de derivativos negociados em bolsa, como os futuros. Ele consiste na liquidação diária dos lucros e prejuízos das posições abertas dos investidores. Em vez de esperar até a data de vencimento do contrato para apurar o resultado, o ajuste diário "zera" o saldo financeiro de cada dia, calculando a diferença entre o preço de ajuste do dia e o preço de ajuste do dia anterior (ou o preço de abertura, se for o primeiro dia da posição).
Banco Central do Brasil (BCB)
A autoridade monetária principal do Brasil, responsável por formular e implementar a política monetária, supervisionar o sistema financeiro, emitir moeda e gerenciar as reservas internacionais, entre outras funções.
No mercado de câmbio, o BCB atua via de diversos instrumentos para evitar disfunções do mercado (como por exemplo, via leilão de dólares e Swap Cambial).
Balanço de Pagamentos
É um registro contábil estatístico e sistemático de todas as transações econômicas realizadas entre os residentes de um país e os não residentes (ou seja, o resto do mundo) durante um determinado período de tempo (geralmente mensal, trimestral ou anual).
Ele funciona como um "termômetro" da saúde financeira de um país em suas relações com o exterior, mostrando a entrada e saída de moeda estrangeira e a forma como essas transações são financiadas. O BP é dividido em três contas principais, de acordo com a metodologia do Fundo Monetário Internacional (FMI):
- Conta Corrente: A Conta Corrente registra as transações de bens, serviços, renda e transferências correntes que não geram um passivo ou ativo futuro (ou seja, não são investimentos ou empréstimos). Ela reflete o fluxo de rendimentos e gastos entre o país e o exterior. Ela é formada pela Balança Comercial (saldo de importação e exportação de bens) e pela Balança de Serviços e Renda.
- Conta Capital: Registra aquisição de bens não financeiros como patentes, direitos autorais, marcas, licenças de exploração, entre outros.
- Conta Financeira: Registra as transações relacionadas a ativos e passivos financeiros entre residentes e não residentes. Registra os investimentos feitos no mercado de capitais, bem como o investimento em empresas ou projetos não listados em mercado organizado (investimento externo direto).
Best Execution
Requisito regulatório que obriga as empresas de investimento a tomar todas as medidas necessárias para alcançar o resultado mais favorável para seus clientes ao executar negociações.
A melhor execução exige uma abordagem abrangente: as empresas de investimento devem considerar múltiplos fatores, incluindo preço, custos, velocidade, probabilidade de execução e liquidação, tamanho, natureza e quaisquer outros aspectos relevantes ao executar negociações.
As empresas de investimento são obrigadas a ter processos robustos em vigor para monitorar e avaliar regularmente a eficácia de seus arranjos de melhor execução, garantindo que cumpram consistentemente os padrões regulatórios. Isso não apenas protege os interesses dos clientes, mas também reforça a confiança nos mercados financeiros, promovendo a transparência e a responsabilidade nas práticas de negociação.
Para alcançar a melhor execução na negociação de câmbio, é crucial utilizar um provedor independente de análise de custo de transação (TCA) para avaliar e monitorar os custos de câmbio.
Essa ferramenta oferece transparência abrangente no processo de execução de câmbio, permitindo que gestores de ativos e empresas identifiquem oportunidades de redução de custos e minimizem ineficiências. Ao alavancar o TCA, as empresas podem tomar decisões baseadas em dados, otimizar suas estratégias de negociação e aprimorar o desempenho financeiro geral. O nosso site cotacao360.com oferece uma ferramenta de TCA bastante intuitiva e inteiramente gratuita.
Bid/Ask Spread
A diferença entre o preço de compra (bid) que um comprador está disposto a pagar por um ativo e o preço de venda (ask) que um vendedor está disposto a aceitar.
Na nossa ferramenta de cotação em tempo real demonstramos esse spread entre a compra e a venda do dólar, para a data que for preenchida na plataforma.
Câmbio Simultâneo e Simbólico
São operações de câmbio realizadas sem liquidação financeira, nas quais se contrata uma operação de compra concomitantemente a uma operação de venda de moeda estrangeira, com a finalidade de realizar o correto impacto nos sistemas de registro do Banco Central.
Câmbio Spot e Câmbio Futuro
São duas modalidades de operações cambiais que se diferencia pelo momento da liquidação da moeda. A escolha entre elas depende da necessidade do contratante da operação de câmbio em relação ao tempo e ao risco cambial.
O câmbio spot é a operação de câmbio mais comum e se refere à troca de moedas para liquidação imediata, em até dois dias úteis (D+2). O termo “spot” significa “no local” ou “à vista”. A taxa de câmbio utilizada é a taxa de mercado vigente no momento da negociação, que reflete a oferta e a demanda dos agentes no mercado cambial.
No câmbio futuro, a troca de moedas é acordada no presente, mas a liquidação ocorre em uma data futura específica, com uma taxa de câmbio previamente estabelecida. É uma ferramenta de proteção (hedge) cambial.
Carry Trade
É uma estratégia de investimento no mercado financeiro que envolve tomar empréstimo em uma moeda com taxa de juros baixa e investir o capital em outra moeda com taxa de juros mais alta, visando lucrar com o diferencial de juros.
O fluxo de uma operação de carry trade é o seguinte:
1. Tomar Empréstimo (Funding Currency): O investidor (ou instituição) identifica uma moeda de um país onde as taxas de juros são relativamente baixas (a "moeda de financiamento" ou funding currency). Ele se endivida nessa moeda.
2. Investir (Target Currency): O capital emprestado é convertido para uma segunda moeda, onde as taxas de juros são significativamente mais altas (a "moeda alvo" ou target currency). Esse capital é então aplicado em ativos financeiros denominados nessa moeda, como títulos do governo ou depósitos de curto prazo.
3. Lucro Esperado: O lucro potencial do carry trade vem principalmente do diferencial positivo de juros entre a moeda de investimento e a moeda de financiamento. O investidor ganha a diferença entre o que paga de juros na moeda de financiamento e o que recebe de juros na moeda alvo.
Carta de Crédito (Letter of Credit/LC)
Uma Carta de Crédito (LC), ou Letter of Credit, é um instrumento financeiro utilizado no comércio internacional para garantir o pagamento de uma transação. Ela funciona como uma promessa de pagamento emitida por um banco, em nome do comprador (importador), para o vendedor (exportador), desde que certos termos e condições comerciais sejam cumpridas.
Casado
Operação estruturada que combina a negociação de duas operações: (i) um Contrato Futuro de Taxa de Câmbio de Reais por Dólar Comercial (Contrato Futuro de Dólar) e; (ii) uma operação inversa ao Contrato de Futuro de Dólar de mesmo montante de Dólar a Vista (Spot).
A diferença entre o dólar futuro são os pontos do casado, que são negociados em contratos da B3.
Código ISO de Moedas
São sequências de três letras que representam as moedas de todo o mundo. A Organização Internacional de Normalização (ISO) emite esses códigos em uma lista chamada ISO 4217.
A maioria dos códigos contém dois caracteres relacionada ao país e um terceiro caractere referenciando a unidade monetária (ex: USD – US para United States e D para dólar).
Consultoria de Câmbio
Serviço oferecido por instituições financeiras ou consultores especializados que auxilia empresas e indivíduos na gestão de riscos cambiais, na realização de operações de câmbio e na otimização de suas estratégias financeiras relacionadas a moedas estrangeiras.
A Cotação 360 atua como consultoria especializada em câmbio, ofertando soluções que maximizam os retornos de seus clientes nas operações desse mercado.
Contrato Geral de Câmbio (CGC)
O contrato geral (ou contrato guarda-chuva) é um instrumento que, assinado uma única vez, resguarda diversas negociações que são feitas sob a égide desse contrato. O CGC é um contrato master de câmbio (contendo todo respaldo legal e responsabilidade jurídica das partes) formalizado apenas uma vez.
Abaixo deste contrato qual são realizadas diversas operações “filhotes” em que se formaliza apenas as condições comerciais (taxa acordada, volume, data de liquidação) tornando o processo de contratação de novas operações de câmbio mais ágeis.
Contrato Geral de Derivativos (CGD)
O contrato geral (ou contrato guarda-chuva) é um instrumento que, assinado uma única vez, resguarda diversas negociações que são feitas sob a égide desse contrato. O principal objetivo do CGD é simplificar e padronizar a documentação e a contratação de operações de derivativos OTC. Ao invés de as partes terem que negociar e assinar um contrato completo para cada nova operação de derivativo (seja um termo, um swap, uma opção flexível, etc.), o CGD serve como um acordo-mestre que já contém as cláusulas gerais aplicáveis a todas as operações futuras entre as mesmas partes.
Uma vez que o CGD é assinado por ambas as partes, todas as operações de derivativos subsequentes serão formalizadas por meio de confirmações de transação ou termos de confirmação. Essas confirmações se referem ao CGD e contêm apenas os detalhes específicos de cada nova operação (ex: ativo subjacente, valor nocional, taxa, vencimento, etc.). As cláusulas gerais do CGD já estarão automaticamente incorporadas a essas novas operações.
Contratos Futuros de Câmbio
Acordos padronizados para comprar ou vender uma determinada quantidade de moeda estrangeira em uma data futura específica e a um preço predeterminado. São negociados em bolsas e são utilizados para hedge ou especulação.
Corban (Correspondente Cambial)
Uma instituição ou empresa que atua como intermediária entre o cliente e uma instituição financeira autorizada a operar no mercado de câmbio. Facilita operações como remessas e pagamentos internacionais. A Cotação 360 atua como correspondente cambial, buscando potencializar a relação das empresas com sua instituição financeira.
Cupom Cambial
O cupom cambial pode ser definido como a remuneração, em dólares, dos reais investidos no Brasil. Ele é dado através da variação da taxa de juros local, ou seja, através do CDI, menos a variação do câmbio no período.
Dealers de Câmbio
Dealer é o nome que se dá no Brasil para às instituições financeiras, sejam elas bancos ou corretoras, que exercem o papel de intermediários do Banco Central no mercado de juros e câmbio.
Os dealers de câmbio são as instituições que participam como contraparte do Banco Central nas operações de leilão e swap cambial.
Derivativos
Derivativos são instrumentos financeiros cujo valor "deriva” do preço de um outro ativo subjacente. Esse ativo subjacente pode ser praticamente qualquer coisa: ações, moedas (como o dólar), taxas de juros, índices de mercado (como o Ibovespa), commodities (petróleo, ouro, café, milho, boi gordo), ou até mesmo eventos climáticos ou de crédito.
Em essência, um derivativo é um contrato entre duas ou mais partes que estabelece a compra ou venda de um ativo (ou o pagamento de uma diferença de valor) em uma data futura, por um preço predeterminado hoje.
Os derivativos são ferramentas financeiras versáteis, usadas principalmente para três grandes objetivos:
- Hedge (Proteção): Esta é a principal função econômica dos derivativos. Empresas e investidores os utilizam para se protegerem contra riscos de flutuações desfavoráveis no preço de um ativo, de uma moeda ou de uma taxa.
- Especulação: Investidores e traders utilizam derivativos para apostar na direção futura dos preços dos ativos subjacentes. Como os derivativos geralmente permitem alavancagem (ou seja, é possível movimentar grandes volumes com um capital inicial relativamente pequeno), eles podem amplificar tanto os ganhos quanto as perdas.
- Arbitragem: Estratégia utilizada por investidores para lucrar com pequenas diferenças de preço de um mesmo ativo ou de ativos relacionados em diferentes mercados. Os derivativos permitem explorar essas ineficiências.
No mercado local negocia-se dois tipos principais:
Derivativos de Balcão (OTC - Over the Counter): os derivativos de balcão são negociados diretamente entre duas partes, sem intermediação. É um mercado descentralizado e bilateral. Por essa característica, os contratos de derivativos de balcão são altamente customizáveis e flexíveis para atender as necessidades específicas das partes envolvidas. Isso significa que é possível negociar livremente o ativo subjacente, o valor, a data de vencimento, os termos de liquidação, as garantias exigidas e outras condições. Uma desvantagem desse modelo é o maior risco de crédito, uma vez que não há um agente intermediário que garanta o cumprimento (liquidação) dos contratos.
Derivativos negociados na B3 (Bolsa de Valores): Os derivativos negociados na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) são operados em um ambiente centralizado, padronizado e altamente regulamentado. Os contratos possuem características predefinidas e uniformes (tamanho do contrato, datas de vencimento, ativo subjacente, formas de liquidação). As operações negociadas na B3 contam com a garantia de uma Câmara de Compensação (Clearing da B3). Clearing atua como contraparte central para todas as operações, assumindo o risco de crédito e garantindo a liquidação dos contratos, mesmo que uma das partes originais se torne inadimplente. As operações negociadas em Bolsa de Valores são intensamente regulamentadas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e pelo Banco Central, o que confere maior segurança e integridade ao mercado.
Exemplos Comuns: Contratos Futuros (de dólar, Ibovespa, DI, commodities como milho, soja, etc.) e Opções padronizadas (de ações, de dólar) são amplamente negociados na B3.
DCBE (Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior)
É uma obrigação legal imposta pelo Banco Central do Brasil (BACEN) à pessoas físicas e jurídicas residentes no Brasil que possuam bens, direitos e valores (ativos) no exterior. Ela tem caráter informativo e estatístico, e seu principal objetivo é permitir que o BACEN monitore e compile dados sobre a posição de investimento internacional do país.
Esses capitais devem ser declarados ao BC anualmente ou trimestralmente (conforme o enquadramento). A declaração é obrigatória para pessoas físicas ou jurídicas residentes, domiciliadas ou com sede no país, que detenham, no exterior, ativos que totalizem:
- US$ 1.000.000,00 (um milhão de dólares), ou equivalente em outras moedas, em 31 de dezembro de cada ano-base – declaração anual.
- US$ 100.000.000,00 (cem milhões), ou equivalente em outras moedas, em 31 de março, 30 de junho e 30 de setembro de cada ano-base – declaração trimestral.
Documentos para formalização de Operações de Câmbio
Para garantir a segurança e a regularidade de transferências internacionais, o Banco Central exige documentações que respaldem cada transação de acordo com a finalidade do envio. Aqui apresentamos alguns dos principais documentos exigidos:
- Bill of Lading (B/L): Documento conhecido como conhecimento de embarque, utilizado no transporte marítimo. É o contrato de transporte firmado entre o embarcador (normalmente o próprio exportador) e o transportador (normalmente o armador do navio). Existem também contratos específicos para transporte aéreo (AWB – Air Waybill) ou rodoviário (CRT – Conhecimento de Transporte Rodoviário).
- DUE (Declaração Única de Exportação): Documento eletrônico originado pela Receita Federal do Brasil para controle da saída de mercadoria do país (processo de exportação). É de responsabilidade de preenchimento do exportador (ou seu despachante) e contém informações fiscais, aduaneiras, administrativas e logísticas das operações de exportação. A DUE deve ser preenchida dentro do Portal Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) e tem como objetivo agilizar as operações de comércio exterior, por ser realizada de forma totalmente eletrônica.
- DUIMP (Declaração Única de Importação): Documento muito similar à DUE, com a mesma mecânica e objetivos, todavia é utilizado em processos de importação.
-
Invoice (Fatura Comercial): Documento emitido entre as partes de
uma relação comercial
(vendedor e comprador ou tomador do serviço). Deve ser emitida numerada e contendo
as informações principais
para identificação de ambas as partes. A invoice pode ser de dois tipos:
- Proforma Invoice: Proposta comercial, ainda não precisa conter os termos finais da operação (seus parâmetros são negociáveis).
- Definitiva: Documento que contém o acordo comercial final, sobre o qual deve ser efetuado o pagamento.
- Contratos: Contratos de prestação de serviço ou de compra e venda contêm maior detalhamento da relação comercial e as obrigações de parte e contraparte (documento traz mais informações do que a fatura).
- Documentos que atestem a capacidade financeira: Documentos que corroboram a capacidade financeira das partes que estão realizando o fechamento do câmbio, para verificar se os valores transacionados estão em linha com a condição financeira de ambas as partes. Exemplos: Balanço Patrimonial de uma empresa, Demonstrativo do Resultado de Exercício (DRE) ou ainda o Imposto de Renda (IR) de uma pessoa física.
Finimp (Financiamento à Importação)
É uma linha de crédito oferecida por instituições financeiras a empresas brasileiras que precisam financiar a compra de bens, máquinas, equipamentos, mercadorias ou serviços do exterior. É uma solução crucial para importadores que desejam adquirir produtos estrangeiros sem comprometer seu capital de giro imediato.
O FINIMP opera de forma a permitir que o importador brasileiro receba a mercadoria ou serviço e tenha um prazo estendido para pagar o fornecedor estrangeiro (conseguindo casar seus compromissos com a geração do fluxo de caixa da empresa). Basicamente, o banco ou instituição financeira concede o crédito ao importador e realiza o pagamento diretamente ao exportador no exterior. O importador, então, assume a dívida com o banco, com condições e prazos previamente acordados. São negociados junto a instituições nacionais, mas a liberação do recurso é feita por uma branch (agência) dessa instituição no exterior e é a instituição offshore a credora do importador brasileiro.
A liquidação da operação é feita através de um fechamento de câmbio para realizar o pagamento do valor desembolsado em moeda estrangeira na largada acrescido dos juros (sobre os juros, há incidência de imposto de renda). Cabe ressaltar que o importador está correndo todo o risco da variação cambial – pois tem de efetuar o pagamento exato da moeda estrangeira desembolsada na largada – caso não se proteja através de instrumentos derivativos ou algum hedge natural (como repasse do aumento do dólar aos seus compradores).
Forward Points
Também conhecidos como pontos de swap ou swap points, são a diferença entre a taxa de câmbio a termo (forward rate) e a taxa de câmbio à vista (spot rate) de um par de moedas. Eles são expressos em pips e refletem principalmente o diferencial das taxas de juros entre as duas moedas envolvidas no par, ajustado pelo prazo do contrato.
Quando você negocia esse ativo, ao comprar fwd points equivale a vender dólar no spot e comprar dólar futuro.
FRP (Forward Rate Point)
Estratégia que utiliza contratos futuros de dólar para proteger o câmbio de uma empresa ou para especular sobre as variações da taxa de câmbio.
A negociação do contrato futuro de dólar é feita com base em uma cotação, que é uma taxa de câmbio (Reais por Dólares) que pode ser acrescida ou diminuída da cotação do dólar médio do dia.
Essa taxa de câmbio forward (a ser paga ou recebida no futuro) é negociada com um determinado número de forward points.
O FRP0, por exemplo, é a abertura de uma posição no futuro de dólar no dia D+0, com o preço sendo a taxa de câmbio (PTAX) do dia mais o número de forward points negociados.
Hedge
Uma estratégia financeira utilizada para reduzir ou mitigar o risco de perdas devido a movimentos adversos de preços em um ativo ou passivo. No câmbio, envolve o uso de instrumentos financeiros (como futuros, forwards ou opções) para proteger-se contra flutuações cambiais.
É extremamente importante para as empresas realizarem o hedge correto de suas posições cambiais. Uma exposição não corretamente protegida pode ocasionar perdas financeiras elevadas, com impactos financeiros não relacionados ao core business. Nós da Cotação 360 podemos ajudar sua empresa com as corretas estratégias e instrumentos para potencializar seus resultados.
Hedge Accounting
É uma abordagem contábil que permite que transações com derivativos — instrumentos financeiros definidos como "hedges" (proteções) — sejam vinculadas a uma exposição específica já existente. O objetivo é que as mudanças no valor do derivativo sejam reconhecidas na demonstração de resultados (lucros e perdas) de uma empresa ao mesmo tempo que o item protegido. Isso evita a volatilidade artificial nos resultados da empresa, pois o ganho ou a perda do derivativo compensa o ganho ou a perda do item que está sendo protegido.
Um exemplo para operações vinculadas a variação cambial: uma empresa tomou uma dívida offshore em moeda estrangeira. Registra o empréstimo como passivo no seu balanço pelo valor em reais da dívida. Faz uma operação de derivativo para fazer o hedge da posição. Ao final do ano, houve uma desvalorização da moeda nacional, e o empréstimo tem de ser marcado no balanço por um valor maior, sendo a diferença ocasionada pela variação cambial reportada como um prejuízo contábil no balanço. Se a empresa adota o hedge accounting, a marcação do derivativo vai compensar o prejuízo, compensando a variação cambial negativa da dívida.
Índice Dólar (DXY)
O Índice Dólar (DXY), também conhecido como US Dollar Index (USDX ou DX), é um índice (ou medida) do valor do dólar americano em relação a uma cesta de moedas estrangeiras. Ele foi criado em 1973 pelo Federal Reserve (Banco Central dos EUA) com o objetivo de fornecer uma referência sobre o valor global do dólar.
O DXY é uma média geométrica ponderada do valor do dólar americano em comparação com seis moedas principais de parceiros comerciais dos EUA. Cada moeda tem um peso específico no índice, que reflete sua relevância no comércio internacional com os Estados Unidos. A base do índice é 100. Se o DXY estiver em 110, por exemplo, significa que o dólar americano se valorizou 10% em relação à cesta desde a base.
As moedas que compõem o DXY e seus respectivos pesos (definidos em 1999, com a criação do Euro, substituindo várias moedas europeias) são:
- Euro (EUR): 57,6%
- Iene Japonês (JPY): 13,6%
- Libra Esterlina (GBP): 11,9%
- Dólar Canadense (CAD): 9,1%
- Coroa Sueca (SEK): 4,2%
- Franco Suíço (CHF): 3,6%
Leilão de Câmbio (BCB)
Refere-se aos leilões realizados pelo Banco Central do Brasil para intervir no mercado de câmbio. Existem diferentes tipos de leilão a depender dos objetivos do Banco Central e quais efeitos quer produzir no mercado.
-
Leilão de Linha:
No leilão de linha, o Banco Central vende (ou compra) dólares hoje no mercado com compromisso de recompra (ou revenda) após prazo acordado na largada do leilão. O efeito prático é ofertar ou reduzir a quantidade de dólares físicos no mercado, impactando a taxa de cupom cambial.
O Banco Central oferta linha quando há escassez de dólares à vista – geralmente em função da sazonalidade, como no final do ano devido às remessas de lucros de empresas brasileiras para suas matrizes. O Leilão de Linha não impacta a taxa de câmbio diretamente, servindo mais com o objetivo de diminuir tensões no mercado de dólar à vista. Também não tem impacto nas reservas cambiais, uma vez que a operação tem prazo para ser revertida.
-
Leilão de Spot:
No leilão de spot (“à vista”), o Banco Central vende (ou compra) dólares sem compromisso de recompra (ou revenda). Tem impacto na taxa de câmbio e nas reservas cambiais do Banco Central.
O principal objetivo do Banco Central ao realizar um leilão de dólar spot é interferir diretamente na oferta ou demanda de moeda estrangeira no mercado à vista para controlar a volatilidade e, em casos mais extremos, a direção da cotação.
-
Leilão de Swap Cambial (SCS):
Nesta modalidade, o BC não vende dólares de suas reservas. Ele opera no mercado futuro, oferecendo contratos de swap cambial na B3. Nesses contratos, o BC se compromete a pagar a variação do dólar futuro (mais uma taxa de juros) em troca de uma taxa de juros em reais. É uma forma de intervenção que atua na expectativa do mercado, sem mexer nas reservas imediatamente. Impacta o preço do dólar futuro e consequentemente do spot.
-
Leilão de Swap Cambial Reverso:
Tem a mesma mecânica do SCS, todavia no leilão reverso o Banco Central compra dólares via mercado de derivativos na B3, ofertando aos bancos que atuam como contraparte uma taxa de juros em moeda nacional.
-
Leilão de Rolagem de SCS:
Rolagem do estoque de derivativos do Banco Central, não impacta a taxa de câmbio, afeta apenas o cupom cambial.
Marcação a Mercado (M2M)
É um princípio contábil e de avaliação de ativos que consiste em atualizar o valor de um ativo ou passivo com base no seu preço de mercado atual. Em outras palavras, é o processo de ajustar o valor de um item financeiro no balanço patrimonial para refletir o preço que ele teria se fosse vendido (ou recomprado, no caso de passivos) no mercado naquele exato momento. A Marcação a Mercado pode ser positiva (representando um ativo para o dono da posição) ou negativa (representando um passivo).
A marcação a mercado é diferente do valor da posição mantida pelo seu preço original (“Custo Histórico”). Em vez disso, seu valor é reprecificado diariamente (ou em outra periodicidade definida, mas geralmente diária) de acordo com as condições de mercado. Para posições que sofrem variação cambial, a marcação a mercado obriga o dono da posição atualizar seu valor pelo preço (taxa de câmbio) da moeda do dia.
Margem de Garantia
A margem de garantia é um valor em dinheiro ou em ativos que o investidor precisa depositar na corretora (e que é travado pela bolsa/câmara de compensação) ao abrir ou manter uma posição em um contrato de derivativo.
Margem inicial: é o depósito feito na largada para abrir a posição de um derivativo na Bolsa de Valores.
Margem de variação: os contratos de derivativos negociados na B3 sofrem ajuste diários, ou seja, têm seus lucros e prejuízos apurados e liquidados diariamente pela bolsa. A margem de variação é o valor financeiro correspondente à diferença entre o preço de ajuste de um contrato futuro em um dia e o preço de ajuste do dia anterior (ou o preço inicial de negociação, se for a abertura da posição).
Se a variação for positiva (ganho): Esse valor é creditado na conta do investidor na corretora.
Se a variação for negativa (perda): Esse valor é debitado da conta do investidor na corretora.
A margem de variação é um mecanismo crucial para a segurança do mercado de derivativos, garantindo que as perdas e ganhos sejam liquidados diariamente e que o risco de inadimplência seja minimizado.
Moeda Base e Cotação
A moeda base é a primeira moeda em um par de moedas. Ela serve como a referência ou a "unidade" para a qual o valor da segunda moeda é expresso. Em outras palavras, a moeda base sempre tem um valor de 1.
A moeda de cotação, também conhecida como moeda de contrapartida ou moeda secundária, é a segunda moeda em um par de moedas. Ela representa o valor necessário da moeda de cotação para comprar ou vender uma unidade da moeda base.
Moeda Conversível
Moeda internacionalmente aceita. O país emissor da moeda conversível não tem restrição quanto à sua troca por outras moedas estrangeiras, permitindo livre conversão para fins comerciais e financeiros.
Exemplos de moedas conversíveis incluem o Dólar Americano (USD), Euro (EUR), Libra Esterlina (GBP), Iene Japonês (JPY) e Franco Suíço (CHF). Essas moedas são amplamente utilizadas em transações internacionais e reservas cambiais.
Já moedas não conversíveis são aquelas que possuem restrições legais ou regulatórias para serem trocadas por outras moedas estrangeiras, limitando seu uso fora do país de origem.
Natureza de Câmbio
A classificação ou propósito de uma operação de câmbio, que deve ser informada ao Banco Central do Brasil para fins de registro, fiscalização e compilação estatística. Exemplos incluem importação, exportação, serviços, transferências financeiras, etc.
NCE/CCE (Nota ou Cédula de Crédito de Exportação)
NCE é um título de crédito utilizado no Brasil para financiar empresas que atuam no comércio exterior, seja exportando diretamente ou fornecendo bens e serviços para a cadeia produtiva de exportação. Em outras palavras, é um tipo de empréstimo concedido por instituições financeiras para dar capital de giro a essas empresas, permitindo que elas invistam na produção, aquisição de insumos e demais despesas relacionadas à exportação.
Diferente de um ACC, tanto a liberação dos recursos quanto a liquidação são feitos em moeda nacional (mas corrigindo pela variação cambial do período). Os juros da operação também são pagos em reais, correndo a variação do câmbio do período.
Na liquidação, existe a possibilidade do tomador não ser o exportador direto e sim um elo da cadeia de exportação (vende seus produtos para um terceiro que realiza a exportação). Nesse caso, o exportador deve comprovar as vendas para um terceiro com finalidade de exportação, no montante equivalente ao volume tomado na operação de crédito. Tal condição se faz necessário pois este também é um instrumento que conta com benefícios fiscais para incentivar as exportações (como por exemplo, a isenção do IOF).
A CCE tem a mesma dinâmica da NCE, a diferença que a Cédula conta com uma garantia real (imóvel, terreno, etc) que o credor apõe para colateralizar o risco de credito.
NDF (Non-Deliverable Forward)
Um contrato a termo (forward) de câmbio que não envolve a entrega física da moeda subjacente na data de liquidação. Em vez disso, a diferença entre a taxa contratada e a taxa de mercado na data de liquidação é liquidada em dinheiro. São operações bilaterais, conhecidas também como OTC.
Opções de Câmbio
Contratos que dão ao comprador o direito, mas não a obrigação, de comprar (opção de compra ou call) ou vender (opção de venda ou put) uma determinada quantidade de moeda estrangeira a um preço predeterminado (preço de exercício) em uma data específica (data de vencimento). Para-se obter esse direito, o comprador da opção paga um prêmio ao vendedor.
Paridade de Taxa de Juros
Essa teoria econômica postula que, em mercados eficientes, os retornos de um investimento em moeda estrangeira (protegido por um contrato a termo) devem ser iguais aos retornos de um investimento equivalente em moeda doméstica.
Em sua essência, a teoria sugere que, em um mundo ideal sem custos de transação ou barreiras à mobilidade de capital, os investidores deveriam obter o mesmo retorno ao investir em ativos de dois países diferentes, independentemente da moeda em que o investimento é feito.
Caso a teoria de paridade de taxa de juros não seja respeitada (desconsiderando eventuais custos transacionais e tributários), existe um potencial de lucro sem risco ao realizar uma operação de arbitragem.
Caso a teoria de paridade de taxa de juros esteja válida, a seguinte fórmula será verdadeira (considerando uma relação entre dólar e real):
Fórmula:
FWD = Spot × ((1 + ibr) ^ (du / 252)) / ((1 + ius) ^ (dc / 360))
- FWD: taxa forward (reais por dólar) – taxa de câmbio futura
- Spot: taxa à vista
- ibr: taxa de juros brasileira
- ius: taxa de juros dos EUA
- du: dias úteis do período no Brasil
- dc: dias corridos do período nos EUA
PPE (Pré-Pagamento de Exportação) / Linha 4131
O PPE é uma modalidade de financiamento para exportadores brasileiros, onde eles recebem o valor de suas futuras exportações de forma antecipada. Diferentemente de outras linhas de crédito, o PPE geralmente envolve uma instituição financeira (ou, em alguns casos, o próprio importador) no exterior que adianta os recursos ao exportador no Brasil em moeda estrangeira. O tomador do recurso deve proceder com o fechamento do câmbio para conversão dos haveres em moeda nacional.
O pagamento do principal do PPE deve ser feito com recursos em moeda estrangeira proveniente de recebíveis de exportação, que devem ser direcionados a instituição que concedeu o crédito diretamente. Os juros podem ser pagos via fechamento de câmbio remetendo os valores para a instituição no exterior (esses juros são isentos de imposto de renda, devido aos benefícios fiscais concedidos ao exportador).
A linha 4131 segue a mesma sistemática / mecânica de um PPE, todavia o empréstimo não é pago com recursos de exportação (é como se fosse um capital de giro com recursos em moeda estrangeira e com credor no exterior). No caso de uma linha 4131, os recursos do principal e juros devem ser pagos via fechamento de câmbio (sobre os juros incide imposto de renda, já que funciona como uma linha não direcionada a exportação).
Ptax
A taxa de câmbio de referência do mercado brasileiro, calculada e divulgada pelo Banco Central do Brasil. É uma média das taxas de compra e venda praticadas pelo mercado, informadas pelas instituições financeiras durante 4 janelas do dia. É amplamente utilizada como referência em contratos e operações financeiras.
As taxas PTAX de compra e de venda correspondem, respectivamente, às médias aritméticas das taxas de compra e de venda das consultas realizadas diariamente. São feitas quatro consultas de taxas aos dealers de câmbio: entre 10h e 10h10; 11h e 11h10; 12h e 12h10; e 13h e 13h10. Cada janela de consulta dura 2 minutos e as taxas de câmbio de compra e de venda referentes a cada consulta correspondem, respectivamente, às médias das cotações de compra e de venda efetivamente fornecidas pelos dealers, excluídas, em cada caso, as duas maiores e as duas menores.
Regimes de Câmbio
Os regimes de câmbio, também conhecidos como sistemas cambiais, são o conjunto de regras e políticas que um país adota para determinar e gerenciar o valor de sua moeda em relação a outras moedas estrangeiras. A escolha do regime cambial tem profundas implicações para a política monetária, o comércio exterior, a inflação e a estabilidade econômica de um país.
Os principais regimes de câmbio são:
- Câmbio Flutuante: Um regime cambial em que o valor de uma moeda é determinado pelas forças de oferta e demanda no mercado, sem intervenção direta significativa do Banco Central ou outras autoridades para fixar ou defender uma taxa específica.
- Câmbio Fixo: Nesse regime, o Banco Central de um país se compromete a manter a taxa de câmbio de sua moeda em um valor fixo e predeterminado em relação a uma moeda estrangeira (geralmente uma moeda forte como o dólar americano) ou a uma cesta de moedas.
- Bandas Cambiais: O Banco Central estabelece um intervalo (banda) dentro do qual a taxa de câmbio pode flutuar livremente. Quando a taxa se aproxima dos limites superior ou inferior da banda, o Banco Central intervém para empurrá-la de volta para dentro do intervalo.
- Flutuação Administrada/Suja: A taxa de câmbio é determinada pelo mercado (flutua livremente), mas o Banco Central intervém esporadicamente (compra ou venda de moeda estrangeira, leilões de swaps cambiais) para suavizar movimentos bruscos, conter a volatilidade excessiva ou evitar que a taxa se desloque muito de um patamar considerado "ótimo" para a economia. As intervenções não visam fixar a taxa, mas sim "suavizar" a flutuação. Atualmente o Brasil opera sob esse regime.
Reservas Internacionais
As reservas internacionais de um país são os ativos externos em moeda estrangeira que estão sob a custódia e controle do Banco Central (BC) desse país. As reservas internacionais são cruciais para a saúde e a estabilidade econômica de um país, bem como podem ser utilizadas para diminuir a pressão sobre o câmbio em momentos de stress financeiro.
Request for Quote (RFQ)
Um pedido de cotação enviado por um comprador a potenciais vendedores, solicitando preços para um produto ou serviço específico. No mercado financeiro, é comum para ativos não negociados em bolsa.
Request for Stream (RFS)
No contexto de trading, pode se referir a um pedido de um fluxo contínuo de cotações (preços de compra e venda) de um provedor de liquidez, permitindo ao trader visualizar as condições de mercado em tempo real.
Rolagem de Derivativos
A rolagem de um contrato de derivativos é uma estratégia utilizada no mercado financeiro para estender ou adiar o prazo de vencimento de uma posição que um investidor ou empresa possui em um contrato de derivativo (alongar o prazo da operação).
A rolagem de um contrato de balcão normalmente envolve a negociação entre as partes e a formalização de um novo contrato. Por exemplo, um contrato de NDF que a data de vencimento está para daqui dois dias, as duas partes do contrato podem renegociar a extensão por mais 30 dias e essa nova condição deve ser formalizada em um novo contrato ou um aditivo ao contrato original. Nessa rolagem pode haver pagamento de alguma compensação por uma das partes a outra.
A rolagem de um contrato de derivativo de Bolsa geralmente envolve duas operações simultâneas:
- Encerramento da Posição Antiga: O investidor zera a posição no contrato que está perto do vencimento. Se ele estava comprado no contrato que vai vencer, ele vende esse mesmo contrato. Se estava vendido, ele compra.
- Abertura de uma Nova Posição: No mesmo momento, o investidor abre uma nova posição (comprado ou vendido, dependendo da sua estratégia original) em um contrato do mesmo ativo subjacente, mas com um vencimento posterior.
A B3 tem uma Operação Estruturada para Rolagem de Contrato Futuro de Dólar Comercial conhecida como DR1. Ela representa um pacote de operações que permite ao investidor rolar sua posição em contratos futuros de dólar de um vencimento para outro, de forma simplificada e simultânea no sistema da bolsa.
Como explicado anteriormente, a rolagem é a estratégia de estender a data de vencimento de um contrato futuro. No caso do dólar, quando um contrato de Dólar Futuro (código DOL) está prestes a vencer, e o investidor deseja manter sua exposição ao dólar (seja para hedge ou especulação), ele precisa encerrar a posição no contrato que vence e abrir uma nova posição no contrato de vencimento mais distante.
A operação DR1 facilita esse processo ao agrupar as duas transações (venda do contrato antigo e compra do novo, ou vice-versa) em um único código de negociação.
A cotação do DR1 reflete a diferença de preço (o spread) entre os dois vencimentos do contrato de dólar futuro. Essa diferença é o "custo" ou "receita" da rolagem.
SCE (IED e Crédito)
O Sistema de Câmbio e Capital Estrangeiro (SCE) é uma plataforma do Banco Central do Brasil (BACEN) que centraliza o registro e a gestão de informações sobre o capital estrangeiro no país. Ele é crucial para o controle do fluxo de recursos internacionais, a formulação da política cambial e a geração de estatísticas da balança de pagamentos do Brasil. Ela é acessada pela empresa ou pessoa física que necessita realizar o registro em seu nome ou por terceiro que atua como mandatário de diversos registros (instituições financeiras habilitadas).
O SCE-IED é o módulo do Banco Central responsável por registrar e controlar as informações relativas ao Investimento Estrangeiro Direto no Brasil. O Investimento Estrangeiro Direto (IED) é caracterizado pela intenção de longa permanência e pelo interesse em participar da gestão da empresa receptora, ou seja, é o investimento que um residente do exterior faz no capital de uma empresa brasileira (limitada ou sociedade anônima sem negociação de ações). Esse registro não mantem a informação de investimento em empresas com ações negociadas na bolsa de valores (capital aberto).
O SCE-Crédito é o módulo do Banco Central destinado ao registro de operações de crédito externo concedidas a pessoas físicas ou jurídicas residentes no Brasil por não residentes. Ou seja, ele acompanha as operações de empréstimos e financiamentos que empresas ou indivíduos no Brasil contraem com credores estrangeiros. Por meio deste módulo registra-se as operações de Finimp, PPE e Linhas 4131, onde tomadores brasileiros tomam recursos junto ao exterior.
Slippage
A diferença entre o preço esperado de uma negociação e o preço real pelo qual a negociação é executada. Ocorre frequentemente em mercados voláteis ou com baixa liquidez, onde o preço pode se mover entre o momento em que a ordem é colocada e o momento em que é preenchida.
Spread Cambial
O spread cambial é, em termos simples, a diferença entre o preço de compra e o preço de venda de uma moeda estrangeira por uma instituição financeira (como um banco ou uma corretora de câmbio). Ele representa a margem de lucro da instituição, além de cobrir os custos operacionais e os riscos associados à transação de câmbio.
Dentro da ideia de spread cambial existem alguns conceitos importantes, como:
- Bid/Ask Spread: é a diferença de preço entre o valor da compra de um ativo, ou bid (aqui estamos tratando de uma taxa de câmbio para uma moeda estrangeira) e o preço da venda desse ativo, o ask. Quando o preço da compra iguala o preço da venda (ou seja, o Bid/Ask Spread está zerado) temos um mercado que chamamos de “choice market”.
- Basis Point (bps): também conhecido como pontos-base, é uma unidade de medida usada no mercado financeiro para expressar pequenas mudanças em percentuais. É amplamente utilizada para taxas de juros, rendimentos de investimentos, spreads (diferenças entre taxas) e outras variações em instrumentos financeiros. Um basis point (1 bp) equivale a 0,01% (um centésimo de um por cento) ou em forma decimal 1bp é igual 0,0001.
- PiP ou Point in Porcentage: O Pip é a menor unidade de medida padronizada de movimento de preço de um par de moedas. Ele é usado para quantificar as variações nas taxas de câmbio e, consequentemente, os lucros e perdas em operações de trading. No caso para negociação dólar/real 1 pip equivale a 0,0001 (quarta casa decimal da cotação).
Swap Cambial (BC)
Uma operação financeira em que o Banco Central do Brasil troca o rendimento de um título público pós-fixado (geralmente indexado à Selic) pelo rendimento da variação do dólar mais uma taxa de juros prefixada. É utilizado pelo BC para atuar no mercado de câmbio e gerenciar expectativas.
Swift (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication)
Uma rede global de mensagens que permite que instituições financeiras em todo o mundo enviem e recebam informações de forma segura e padronizada, principalmente para pagamentos e transferências internacionais.
Taxa de Câmbio
O preço de uma moeda em relação a outra. Indica quantas unidades de uma moeda são necessárias para comprar uma unidade de outra moeda.
Trava de Câmbio
A trava de câmbio se assemelha a uma operação de câmbio Spot com liquidação acima de dois dias úteis. As operações garantem um hedge contra a variação da moeda estrangeira no período em que a trava estiver em vigor (entre a contratação e o vencimento da trava).
A diferença de um contrato de NDF, na operação de trava de câmbio ocorre a efetiva entrega do montante das moedas estrangeira e nacional (“Deliverable Forward”). Em operações de internação de moeda estrangeira, a taxa negociada para o vencimento da trava tem um prêmio (diferença entre o câmbio spot e a taxa negociada) e sobre esse prêmio deve ser recolhido Imposto de Renda na fonte (IRRF) no momento da liquidação dessa operação.
Tributação de Operações de Câmbio
Em uma operação de câmbio no Brasil, diversos tributos podem incidir, dependendo da natureza da transação (compra ou venda de moeda, importação, exportação, remessa de valores, etc.). Os principais são:
-
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF):
É um imposto federal que incide sobre diversas operações financeiras, incluindo as de câmbio. Sua alíquota varia significativamente de acordo com a finalidade da operação e o tipo de remessa/recebimento.
- Incidência: o fato gerador é a liquidação da operação de câmbio (pagamento ou recebimento da moeda nacional). Seu agente recolhedor é a instituição financeira que dá curso para operação de câmbio (banco ou corretora).
- Função: É um imposto regulatório, utilizado pelo governo como instrumento de política monetária e fiscal para controlar a economia. As alíquotas podem ser alteradas com frequência para atingir objetivos específicos (como por exemplo, ajustando a alíquota do IOF câmbio visando regular a taxa de câmbio através do ajuste do fluxo de entrada ou saída de moeda estrangeira).
-
Alíquotas Comuns:
- Compra de moeda estrangeira em espécie: Atualmente, a alíquota é de 3,5%.
- Transferências internacionais para contas de mesma titularidade, com finalidade transacional: A alíquota é de 3,5%.
- Uso de cartão de crédito/débito/pré-pago internacional para compras ou saques no exterior: A alíquota pode ser de 3,5%.
- Transferências internacionais para contas de mesma titularidade, com finalidade de Investimento: A alíquota é de 1,1%.
- Transferências para contas de terceiros: A alíquota geral é de 0,38%.
- Operações de câmbio vinculadas a importação de bens e serviços, ou exportação de bens e serviços: Essas operações são geralmente isentas de IOF, o que é um grande benefício para o comércio exterior.
- Empréstimos e financiamentos externos: As alíquotas variam conforme o prazo. Operações de empréstimo de curto prazo (duration menor do que 360 dias) podem ter alíquotas de 3,5%, enquanto empréstimos de longo prazo são isentos.
-
Imposto de Renda (IR):
O Imposto de Renda incide sobre o ganho de capital em investimentos fechados no país ou sobre remessas específicas de valores ao exterior (como por exemplo no pagamento de serviços contratados por brasileiros junto a estrangeiros, com efeitos no Brasil). Incide ainda na remessa de royalties, no pagamento de juros sobre empréstimos que não contam com benefício fiscal, entre outros.
- Incidência: o fato gerador é o rendimento auferido através de ganho de capital, contratação do serviço, auferimento de royalties (o fato gerador não é a liquidação do câmbio em si, mesmo se for pago no exterior o Imposto de Renda é devido).
- Função: É um imposto arrecadatório sobre rendimentos auferidos. O contratante do câmbio é o agente arrecadador, mas a instituição que realiza a operação deve garantir que o imposto foi recolhido antes da liquidação do câmbio (é corresponsável pela arrecadação).
- Alíquotas Comuns: a alíquota padrão é de 15%, chegando a 25% caso a contraparte estrangeira esteja em paraíso fiscal ou valores menores em acordos de bitributação que o Brasil mantém com alguns países.
-
Outros tributos:
Além do IOF e do IRRF, existem outros tributos que podem incidir sobre pagamentos realizados ao exterior. Esses tributos são de inteira responsabilidade do cliente que realiza a contratação do câmbio:
- PIS/Cofins: Contribuições para o Programa de Integração Social e para o Financiamento da Seguridade Social: estas contribuições incidem sobre a importação de serviços às alíquotas de 1,65% e 7,6%.
- ISS: Imposto sobre Serviços: este imposto também incide sobre a importação de serviços e sua alíquota pode variar entre 2% e 5% (conforme alíquota definida no município).
- CIDE: Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico: este tributo incide à alíquota de 10% sobre pagamentos relacionados à prestação de serviços técnicos, royalties e outros.
Tipos de Ordens
No trading, os tipos de ordens são instruções que você dá à sua instituição contraparte para comprar ou vender um ativo financeiro. A escolha do tipo de ordem é crucial para a execução da sua estratégia, pois define o preço e as condições sob as quais sua operação será realizada. Alguns tipos de ordem são:
-
Ordem a Limite:
Uma ordem a limite é uma instrução para comprar ou vender um ativo a um preço específico ou melhor. Isso significa que a ordem só será executada se o preço de mercado atingir ou superar o preço que você definiu.
-
Ordem Stop:
Uma ordem stop é uma instrução para comprar ou vender um ativo assim que o preço de mercado atinja um determinado "preço de stop". Uma vez que o preço de stop é atingido, a ordem se transforma em uma ordem a mercado e é executada ao melhor preço disponível no momento.
-
OCO (One Cancels the Other):
Uma ordem OCO combina duas ordens condicionais (geralmente uma ordem a limite e uma ordem stop) de tal forma que a execução de uma delas cancela automaticamente a outra. É muito utilizada para gerenciamento de posições abertas.
Como funciona um OCO?
Imagine que você comprou um ativo e quer proteger seu lucro e limitar sua perda potencial. Você pode usar uma ordem OCO da seguinte forma:- Ordem de Venda Stop (Stop-Loss): Você define um preço abaixo do preço atual para limitar sua perda caso o mercado caia. Se o preço atingir esse nível, sua ordem de venda é ativada.
- Ordem de Venda Limite (Take-Profit): Você define um preço acima do preço atual para garantir seu lucro caso o mercado suba. Se o preço atingir esse nível, sua ordem de venda é ativada.
Se o preço do ativo cair e acionar sua ordem de venda stop, a ordem de venda limite é automaticamente cancelada. Da mesma forma, se o preço subir e acionar sua ordem de venda limite, a ordem de venda stop é cancelada. As ordens do tipo OCO podem ser utilizadas da mesma forma para uma taxa de câmbio.
-
Ordem Snipper:
Esse termo é usado para descrever uma ordem que tem como objetivo capturar um preço exato (ou muito próximo) de forma agressiva, mas sem revelar sua intenção total de volume.
-
Ordem Iceberg:
Um tipo de ordem a limite com um volume grande que é parcial e gradualmente revelado no livro de ofertas. Apenas uma pequena parte do volume total da ordem é visível para os outros participantes do mercado, enquanto o restante permanece "oculto". À medida que as parcelas visíveis são executadas, novas parcelas são automaticamente adicionadas ao livro de ofertas, até que o volume total da ordem seja preenchido.
Transaction Cost Analysis (TCA)
A análise de custo de transação de câmbio (FX TCA) no trading é uma ferramenta utilizada por empresas para avaliar a qualidade da execução de suas operações de câmbio.
O TCA desempenha um papel fundamental para assegurar a melhor execução e demonstrar altos padrões de execução de câmbio para as principais partes interessadas (stakeholders), incluindo investidores, órgãos reguladores e auditores.
A realização de um TCA permite que as empresas obtenham insights valiosos sobre seu processo de execução de câmbio, capacitando-as a tomar decisões informadas e a manter a transparência de seus custos de execução de câmbio. O nosso site cotacao360.com oferece uma ferramenta de TCA bastante intuitiva e inteiramente gratuita.
TWAP (Time-Weighted Average Price)
Um algoritmo de execução de ordem que divide uma grande ordem em várias ordens menores, executando-as em intervalos regulares ao longo de um período de tempo predefinido.
O objetivo é alcançar um preço médio próximo ao preço médio ponderado pelo tempo durante o período de execução.
Vencimento dos Derivativos
A data de vencimento é a data final em que um contrato de derivativo se encerra. Após essa data, o contrato não é mais válido para negociação e suas obrigações são liquidadas. Com relação ao vencimento dos derivativos, dois conceitos são importantes:
Fixing: O termo "fixing" (fixação) em derivativos geralmente se refere à data ou ao processo de determinação do preço final de referência para a liquidação financeira de um contrato, especialmente quando o ativo subjacente não é entregue fisicamente ou quando há uma taxa de referência a ser utilizada.
Expiring: refere-se à data de vencimento em si, momento em que os direitos sobre o contrato expiram e o contrato deixa de ser válido. Assim, na data de expiring serão processadas todas as liquidações tendo como base os preços observados na data de fixing.
Volatilidade Cambial
Se refere à intensidade e frequência com que a taxa de câmbio entre duas moedas flutua em um determinado período.
Quando o câmbio está muito volátil, significa que o preço da moeda pode subir ou cair drasticamente em um curto espaço de tempo. Já um câmbio pouco volátil tende a apresentar movimentos mais suaves e previsíveis.
A volatilidade é uma medida estatística e, geralmente, é calculada usando o desvio padrão dos retornos diários da taxa de câmbio. Quanto maior o desvio padrão, maior a volatilidade. Existem dois tipos principais de volatilidade:
- Volatilidade Histórica: É calculada com base nos preços passados da taxa de câmbio, medindo o quanto ela variou em determinado período. Reflete o comportamento real do mercado no passado.
- Volatilidade Implícita: É extraída dos preços das opções de câmbio negociadas no mercado. Representa a expectativa do mercado sobre a volatilidade futura da taxa de câmbio, ou seja, o quanto os participantes acreditam que o câmbio pode variar até o vencimento da opção.
A volatilidade implícita costuma ser utilizada como referência para precificação de opções e para avaliar o sentimento do mercado em relação a eventos futuros.
VWAP (Volume-Weighted Average Price)
É um indicador de Análise Técnica que considera a média dos preços que foram negociados em um determinado período. Em português, a tradução literal é Preço Médio Ponderado por Volume.
Esse indicador é bastante utilizado por investidores que querem antecipar a tendência de um ativo (inclusive a taxa de câmbio) já que fornece uma visão de preços sobre a tendência e o valor de um ativo.